quarta-feira, 20 de junho de 2012



A Conversão de Saulo de Tarso
Texto Base: Atos 9:1-16
Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome“(At 9:15,16).
INTRODUÇÃO
Nesta aula veremos um dos mais importantes encontros já descritos na Bíblia: o de Saulo com o Senhor Jesus Cristo. O relato da sua conversão é uma narrativa que muito nos esclarece a respeito da salvação. As suas características nos permitem verificar o que significa o novo nascimento, a regeneração do pecador, a transformação de uma criatura de Deus em filho de Deus. A narrativa da conversão de Paulo mostra que, antes de se encontrar com o Senhor, o então perseguidor da Igreja era alguém que “respirava ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor”. Saulo, no seu zelo religioso, apenas trazia ameaças e mortes contra o próximo. O zelo religioso, sem a presença de Jesus Cristo na vida do religioso, somente redunda em ameaças e mortes. Paulo, porém, teve um encontro com Cristo, confessou seus pecados, entregou-se inteiramente a Jesus e passou a ter uma nova vida, que implica em um relacionamento intimo e pessoal com Jesus Cristo.
I. SAULO DE TARSO

O apóstolo Paulo era inicialmente chamado de Saulo. Nasceu na cidade de Tarso, capital da província romana da Cilícia, costa sul da atual Turquia (At 9:11; 21:39; 22:3). Era fabricante de tendas (ofício que deve ter aprendido quando criança e adolescente em Tarso - cfr. 1Ts 2:9; At 18:3). Depois de Jesus é considerado a figura mais importante do cristianismo. Era um judeu da Diáspora (Dispersão), de uma importante e rica família hebraica tradicional (2Tm 1:3; Fp 3:5; 2Co 11:22; Gl 1:14). Começou a receber desde cedo a formação rabínica, sendo criado de uma forma rígida no cumprimento das rigorosas normas dos fariseus, classe religiosa dominante daquela época, e ensinado a ter o orgulho racial tão peculiar aos judeus da antiguidade.
Quando se mudou para Jerusalém, para se tornar um dos principais dos sacerdotes do Templo de Salomão, deparou-se com uma “seita” iniciante que tinha nascido dentro do judaísmo, mas que era contrária aos principais ensinos farisaicos.
Dentro da extrema honestidade para com a sua fé e sentindo-se profundamente ofendido com esta “seita”, que se chamava cristã, começou a persegui-la, culminando com a morte de Estêvão, que foi o primeiro mártir do cristianismo.
Com a anuência dos principais dos sacerdotes, Saulo viajou para Damasco atrás de seguidores do cristianismo. Na entrada desta cidade, teve uma visão de Jesus, que em espírito lhe perguntava: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Ficou cego imediatamente. Foi então levado para a cidade. Depois de alguns dias, um discípulo de Jesus, chamado Ananias, foi incumbido de orar por ele. Apartir de então, se tornaria o “Apóstolo dos Gentios”, ou seja, aquele enviado para disseminar o Evangelho para o povo não judeu. Foi especialmente perseguido pelos judeus, que o consideravam um grande traidor.
Fez quatro grandes viagens missionárias, sendo que na última foi à Roma como prisioneiro, para ser julgado, e nunca mais retornou para a Judéia.
Ele escreveu pelo menos treze livros do Novo Testamento - de Romanos a Filemon. Através de suas cartas, Paulo transmitiu às comunidades cristãs e aos seus discípulos uma fé fervorosa em Jesus Cristo, na sua morte e ressurreição.
No ano de 68 d.C., foi morto pelas Legiões Romanas, nas perseguições aos Cristãos instauradas por Nero, depois do grande incêndio de Roma.
1. A formação cultural de Paulo. Paulo estudou em escola de Tarso, onde teve acesso a todo o pensamento filosófico estóico, que tanto lhe serviria ao longo do seu ministério (que o diga o seu discurso perante o Areópago em Atenas - At 17:15-31 - que é uma demonstração de erudição da filosofia grega). Embora tivesse nascido em Tarso e gozasse da cidadania romana, Paulo era, antes de tudo, um israelita, da tribo de Benjamim (Rm 11:1) e sua erudição e inteligência foram, certamente, os principais motivos que o levaram a estudar a lei com Gamaliel em Jerusalém (At 22:3), o grande mestre fariseu (At 5:34), já que, tudo indica, seu pai pertencia a esta seita judaica (At 23:6). O farisaísmo era uma seita ligada ao judaísmo que valorizava a obediência à lei e a prática dos ritos judaicos.
Em Jerusalém, Paulo completa a sua educação, instruindo-se na lei judaica e dela se tornando um exímio conhecedor. Tornou-se um religioso contumaz (Fp 3:6). Ele mesmo afirmava que em sua nação, excedia em judaísmo a muitos de sua idade, sendo extremamente zeloso das tradições de seus pais (Gl1:14). Era um profundo conhecedor do Antigo Testamento(Rm 1:17; 3:4,510-18; 9:6-33), das tradições de seu povo(At 26:24; 28:17,18; Gl 1:13-14) e da língua hebraica(At 22:1,2).
Percebemos, assim, nitidamente, que Deus permitiu que Paulo fosse formado nas letras judaicas, gregas e romanas, para que fosse um eficaz vaso na propagação do Evangelho entre os gentios a partir de sua conversão. Tudo quanto aprendera seria utilizado no ministério, tanto que Paulo denomina a todo este conhecimento de “esterco” (Fp 3:8), ou seja, como fertilizante, como material que serve para fortalecer, corroborar o conhecimento que adquiriu de Cristo Jesus. Eis uma demonstração cabal de que o conhecimento secular não é obstáculo, mas um auxiliar poderoso no ministério de cada cristão e como não têm razão alguma os inimigos do estudo, os anti-intelectualistas, que, lamentavelmente, ainda existem aos milhares nas igrejas locais. Se o estudo secular fosse um mal, um entrave na obra do Senhor, por que Deus teria preparado durante décadas o apóstolo Paulo?
2. Paulo, cidadão romano. Encontramos em Atos a explicação de Paulo sobre sua

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